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É possível ser inteligente e “burro” ao mesmo tempo?




É verdade que todas as crianças são inteligentes. Mas é, também, verdade que muitas delas, quando se trata de viverem a escola, vão ficando “burras”. Aos bocadinhos. Do ponto de vista da escola, é claro que eu fico sempre “sem jeito”, quando se parece ir assumindo, sem que se faça muito para o contrariar, que é possível ser inteligente e ser burro, ao mesmo tempo. Como se, a algumas disciplinas, fosse “natural” ter boas notas e a outras se tornasse quase invariavelmente “fatal” que as classificações não deixassem de andar, quase sempre, pelos níveis negativos. Na verdade, não há como ser inteligente e burro ao mesmo tempo. (Os termos podem não ser nem bonitos nem justos. Não são! Mas talvez sejam claros...).

As boas notas dos alunos são sempre resultado das boas notas que a escola merece quando os ensina. É verdade que a escola confunde, mais do que devia, rendimento com aprendizagem. E os pais, muitas vezes, também. Aliás, quando numa mesma turma um professor consegue levar a que alunos, “de diferentes níveis” aprendam, de forma inequívoca, prova-se que as dificuldades de aprendizagem dos estudantes resultam das necessidades educativas especiais das escolas para os ensinar. Isto é, aprender é um movimento recíproco entre quem ensina e quem aprende. E não é justo que, sempre que um aluno não aprende, a responsabilidade disso acontecer seja, exclusivamente, de quem aprenda. (Por mais que muitas escolas, quando convidam alunos com dificuldades a abandonar esses estabelecimentos de ensino, de forma desonesta, o deem a entender.) São as boas escolas que fazem os bons professores. E são os bons professores que fazem os bons alunos. (Na verdade, os bons pais ajudam em todos este processo.) A prova disso é que a forma como, grande parte de nós, se acha mais capaz para o Português ou para a Matemática do que para a Educação Visual ou para a Educação Musical só é possível porque a escola é sempre muito mais séria e mais criteriosa na forma como educa para o Português ou para a Matemática do que para “disciplinas de segunda” como, infelizmente, muitos imaginam a música ou as artes visuais.

Os alunos com necessidades educativas especiais a determinadas áreas são alunos que estavam debaixo de imensos constrangimentos pessoais quando se tratou de aprender este ou aquele conhecimento. Ou são alunos que, muito cedo, não tinham “bases” porque não tiveram quem os ensinasse como devia ser. Ou são alunos que tiveram o azar de ter um mau professor que os ajudou a ter tanto medo de aprender que antes, ainda, de se proporem imaginar um problema ou desconstruir uma pergunta, já reafirmaram que não são capazes. Os alunos com necessidades educativas especiais precisam de escola com competências educativas especiais! E é aqui que a escola é batoteira. Nunca tenta configurar “aquela” dificuldade a ponto de a perceber, nem pergunta “porquê”, nem como é que ela se “resolve”. Mesmo que, para tanto, tente resolver as dificuldades de uma área, regra geral, deficitária com a ajuda de uma outra em que a criança seja ”boa”.

Como pode uma escola que, às vezes, dá a sensação de não pensar ajudar um aluno a pensar é um mistério. E como pode uma escola que parece “matar a curiosidade” em relação às suas dificuldades desafiar para a curiosidade de quem procura conhecer, será outro. E se os alunos são vítimas destes equívocos, os professores - deixados ao desamparo, sem que tenham quem os ajude a pensar e a ultrapassar as dificuldades que os alunos lhes trazem - não deixam, também, de o ser. A escola tem de se reinventar. É mais isto. Por maioria de razão, quando ela é feita de pessoas que querem, arduamente, aprender umas com as outras.

                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                   Por Eduardo Sá  
                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                   

       
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