Pedidos de Materiais

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É professor? Então existe elevada probabilidade de ter a função mais importante da organização escolar: ser Diretor de Turma (DT).

Na escola, é o DT quem ata as muitas pontas soltas do sistema para que, no final, tudo corra bem. Na relação com as famílias, é o rosto da escola e, muitas vezes, o recurso para obter orientação e esperança.

E na relação com os alunos?
Permitam-me uma analogia sobre o papel do DT na relação com os alunos. Escalar rochas, como crescer, implica progressão, isto é, passar de percursos fáceis a percursos progressivamente mais difíceis. Progredir implica posicionar-se perante o desafio, o que em si mesmo já é difícil, e tentar, lançando-se numa aventura cujo final é desconhecido. No chão, o assegurador é aquele que apoia e dá segurança, é um garante que permite ao atleta arriscar, falhar, recomeçar, voltar a tentar e progredir; o assegurador é também fonte de motivação e de confiança; é sobretudo uma referência. Como o DT para os alunos.

Nesta missão de assegurador que o DT desempenha, tão importante quanto exigente, destaco duas ideias que podem fazer a diferença.
A primeira ideia está relacionada com a forma como o professor assume a direção de turma, de um ponto de vista mais pessoal. Viktor Frankl (1905-1997), psiquiatra que sobreviveu a Auschwitz, defende que a motivação base do ser humano é a procura de sentido. Não um sentido abstrato e geral, mas o sentido concreto ou finalidade que inspira, anima e orienta as decisões e ações do dia-a-dia. De forma mais prática: Sou DT, para quê?
Nesta linha, Teilhard de Chardin (1881-1955) exemplifica com alpinistas três atitudes face à felicidade que nos podem ajudar a pensar. A primeira atitude é a dos alpinistas pessimistas e cansados, que mal saem do albergue já se arrependeram. Centram-se no que falta, nas dificuldades ou limitações e procuram a tranquilidade evitando o que é novo, arriscado ou desconhecido. A segunda atitude é a dos alpinistas que deixam o albergue com ânimo mas, descobrindo um lugar onde se está bem, deixam-se ficar esquecendo o objetivo de chegar ao cume. Valorizam a felicidade como prazer ou bem-estar e preferem soluções de curto prazo e baixo custo ou esforço. A última atitude, associada aos valentes, é a dos alpinistas que não tiram os olhos do cume e se empenham em atingi-lo. Enquadradas por estas possíveis diferentes atitudes, que certamente fazem parte do dia-a-dia da maioria de nós, ficam as questões: Que relação quero estabelecer com cada aluno e a sua família? O que pode cada aluno esperar de mim? Que referência quero ser para eles? Qual a motivação para me empenhar em estratégias eficazes?
São modelos de resposta a estas questões, e fontes de esperança, os muitos colegas extraordinários que vamos encontrando nas escolas.

A segunda ideia tem a ver com a gestão da turma. Apesar da origem administrativa da tarefa, as interações entre e com os alunos nos grupos-turma geram, como sugere Kurt Lewin (1890-1947), dinâmicas de grupo que se concretizam numa identidade específica (com valores, regras, estilos de interação, papéis e resolução de conflitos, etc.), que se impõe e influencia o desenvolvimento e aprendizagens de cada aluno.
O grupo-turma é uma realidade complexa e orgânica (viva), que pode ser mais ou menos produtiva (p. ex. aprendizagens) e gratificante (p. ex. valorização de cada um). Pelo impacto nos seus membros é preciso cuidar do grupo-turma e investir em oportunidades bem-orientadas, que ajudem a construir referências partilhadas para um funcionamento positivo. Para este objetivo podem ajudar:
(1) momentos de encontro (maior conhecimento e confiança);
(2) tarefas e desafios comuns;
(3) explicitar e partilhar perspetivas e sentimentos;
(4) identificar valores e regras comuns;
(5) envolver membros na resolução de problemas e conflitos;
(6) flexibilizar papéis no grupo;
(7) manter um olhar otimista sobre o potencial do grupo.

 
Sendo a gestão do grupo-turma a tarefa mais exigente do DT, é provavelmente aquela para a qual tem menos preparação. Benson, no clássico Working more creatively with groups (2010), deixa duas dicas:
(1) procurar estar em harmonia com o grupo, sendo próximo, disponível, apoiando novas soluções, questionando, promovendo o diálogo e a reflexão e valorizando o contributo de todos;
(2) como o guerreiro do Aikido, em vez de lutar contra o grupo, redirecionar a sua energia para os objetivos e missões comuns. Alguns professores argumentam que nas suas turmas não existem objetivos e missões comuns. Talvez seja uma boa altura para começar. Em 2018 que objetivos, desafios ou projetos queremos que sejam os nossos?

 
Em educação é sempre tempo de mais possibilidade!

Nuno Archer de Carvalho
Professor coordenador no Colégio Pedro Arrupe
Formador e autor de livros na área da educação

 
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